A manhosice do Querido Líder

Opinião de António José Matos

As manhas do Querido Lider...

O Querido Líder brindou-me com a publicação de uma fotografia minha no seu perfil do Facebook onde, usando de toda a manha que lhe é característica, “vira o bico ao prego” do que eu pretendia transmitir com o que anteriormente neste local publiquei, pretendendo fazer crer que esta denominação se aplicaria a alguém dentro do PS. Nessa fotografia, que se reporta ao tempo em que me candidatei à presidência da Câmara de Azambuja pelo PSD, pode ler-se “temos paixão pela nossa terra”. Constato hoje que passados tantos anos, essa paixão se mantém e continua a ser o motivo fundamental porque continuo na política activa. Foi o tempo em que, apoiando a minha candidatura “por cima da mesa”, o Querido Líder a minava “por debaixo da mesma”, em reuniões secretas e subversivas com comparsas que, ao tempo, controlava. Um desses comparsas, depois de perceber com quem lidava, forneceu a cópia dos e-mails que, na altura e a respeito da minha candidatura, trocou com o Querido Líder e mereceu deste jornal, em Novembro de 2005, um artigo com a publicação daquela troca de e-mails que agora relembro:
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Este ambiente de constante subversão, não só a mim, mas a tantos outros que passaram pelo PSD, acabou por fazer daquele partido em Azambuja um local de terra queimada para todos os que, de alguma forma, prometiam sobressair e fazer sombra ao Querido Líder. E muitos foram eles. Para quem está na política activa e ambiciona fazer algo pelas pessoas e pelo sítio onde mora, não é fácil lidar com a oposição das outras forças políticas, mas este trabalho torna-se incomportável quando, para além disso, se tem de enfrentar um caminho completamente minado dentro do próprio partido. É que quem, como eu, tem estado na política sempre sem poder perder de vista o facto de que tem de ganhar a vida, não consegue enfrentar o desgaste que significa a constante subversão dos que deveriam estar a rumar para o mesmo lado, mas que pelo contrário, “minam” tudo o que poderá pôr em perigo a sua “supremacia” e o que não lhes traga benefícios directos. É que nem todos podem beneficiar de avenças mensais oferecidas por “correlegionários amigos” que desempenham lugares de responsabilidade autárquica, que lhe permitem assegurar o sustento e dar tempo para conceber as melhores estratégias de subversão… Há sempre alguns que conseguem “alimentar-se” dentro do partido… nunca foi o meu caso.
Não me envergonho nada do meu passado. Tudo o que fiz foi sempre com um enorme espirito de missão, sempre a tentar que a minha terra tivesse mais e melhores condições para todos os que cá vivem, estudam ou trabalham. Fui durante muitos anos militante e dirigente do PSD. E por aquele partido fui candidato à Câmara e também à Junta de Freguesia e se me desfiliei foi porque deixei de sentir que o partido onde militei durante tantos anos mudou de rumo em relação aos seus princípios, nos quais eu acreditava. Quer localmente, quer a nível nacional, deixei de me sentir “em casa”.
Agradeço ao Querido Líder ter colocado a minha foto no seu mural do facebook com um frase que se mantém actual e que continua a definir as minhas motivações políticas. Terei sempre paixão pela minha terra, ao contrário de outros que penduram tarjas a dizer que são da terra, mas a sua terra não vai muito além do seu umbigo.
Mas, como de conversa já estamos todos fartos, e Azambuja precisa mesmo é de acção e se tu, António Jorge Lopes (ou Querido Líder) efectivamente és da Terra, faço-te um desafio: serei candidato a presidente da Junta de Freguesia de Azambuja se aceitares ser candidato ao mesmo lugar pela tua coligação. Assim, mais que continuar na conversa do “diz que disse” poderemos fazer algo pela nossa Freguesia. As pessoas querem é acção. Espero que o desafio não seja demasiado desprestigiante para a tua pessoa e para a imagem que queres defender.

VIAAntónio José Matos
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