Desenvolvimento economico

Opinião de António José Matos

Fruto de muito rigor e resiliência, a Câmara Municipal de Azambuja começa a dar sinais de alguma folga financeira. Mesmo cumprindo com todos os seus compromissos e com o que estava planeado para o ano de 2014, ficou com um saldo de gerência que pode começar a utilizar para colmatar algumas lacunas, sem, contudo, perder de vista o rigor que se continua a impor no atual contexto.

Nas famílias, nas empresas, nas câmaras municipais e em tantas outras organizações, existem necessidades e desejos, mas em todas essas organizações deparamo-nos com imensas dificuldades de vária ordem: de recursos financeiros, técnicos, politico-legais, jurídicos. Enfim, como todos nós sentimos nas nossas vidas, os obstáculos são enormes. No entanto existem aspetos em que as câmaras municipais podem e devem fazer algo para promover o desenvolvimento económico e por conseguinte melhorar de forma significativa a qualidade de vida das pessoas.
Assim como nas nossas vidas, as “coisas” não acontecem de um dia para o outro; por vezes esforçamo-nos tanto mas mesmo assim as “coisas” teimam em não acontecer. No resto das organizações não é diferente. Tem de haver planeamento, audácia, persistência, porque se não se desistir nada é impossível… ainda que as “coisas” possam não acontecer quando gostaríamos que acontecessem…
Fruto de muito rigor e resiliência, a Câmara Municipal de Azambuja começa a dar sinais de alguma folga financeira. Mesmo cumprindo com todos os seus compromissos e com o que estava planeado para o ano de 2014, ficou com um saldo de gerência que pode começar a utilizar para colmatar algumas lacunas, sem, contudo, perder de vista o rigor que se continua a impor no atual contexto.
Alguma oposição fala muito, falam de brincadeiras de crianças…, tentam agarrar tudo com um ênfase enorme, aqui d’El-Rei que há um buraco aqui, há não sei o quê ali… enfim, já todos sabemos o que a casa gasta… como sempre, vemos a montanha parir um rato.
O fim de algo não é necessariamente negativo; o fim de algo pode ser o princípio de uma outra coisa. Com o fim da EMIA, os parques de estacionamento junto à CP voltaram para o domínio da câmara, e temos a oportunidade de fazer algo de muito positivo pelo nosso Concelho.
Já há alguns anos escrevi sobre estacionamento e como o estacionamento está diretamente ligado ao desenvolvimento económico. As grandes superfícies não investem milhões em estacionamento porque lhes apetece; fazem-no porque se assim não for não têm clientes e sem clientes não há negócio…
Muito se fala em defender o comércio tradicional, porque são uma fonte de emprego e de muito autoemprego; traz vida aos centros das vilas e cidades, dando dessa forma mais qualidade de vida aos habitantes. Fazendo das urbes zonas mais completas, verdadeiros centros comerciais com vida.
Criar zonas de estacionamento estratégico dentro das vilas de modo a servir o comércio tradicional e dinamizar o centro das localidades, sobretudo onde tal se mostra mais premente como é  caso de Azambuja e Aveiras de Cima, deverá de ser uma realidade neste mandato. O comércio já pagou taxa de estacionamento para se implantar e importa que a Câmara o crie. Caso a Câmara e o seu presidente continuem neste caminho, essa será com certeza uma realidade.
Em Azambuja o problema ficaria resolvido se fossem devidamente construídos os parques de estacionamento junto da CP, o que permitiria libertar lugares dentro da vila e serviria igualmente os munícipes do resto do concelho que utilizam o comboio para ir trabalhar. Esta iniciativa permitiria rentabilizar os terrenos que já são da Câmara,  criando alguma receita. No centro de Aveiras de Cima o problema de falta de estacionamento é ainda mais premente,  sendo uma queixa frequente dos comerciantes que aí estão estabelecidos; o facto de terem pago estacionamento que não existe agrava com razão o lamento… Impõe-se dizer a esses comerciantes que não estão esquecidos…
Assim como as Piscinas Municipais vão voltar a funcionar, muito mais se vai fazer, como é obrigação de quem se disponibilizou para isso, mas governar não é uma corrida de cem metros como alguns julgam ser. Governar é uma maratona…
É difícil de concretizar todas as necessidades e desejos, mas sem recursos é verdadeiramente impossível. No entanto, fruto de uma boa gestão, começam haver os recursos para conseguirmos concretizar algumas dessas necessidades e desejos.
Num parágrafo mais atrás referi as enormes dificuldades e obstáculos que existem para que se possa trabalhar. Em tempos houve até alguém que disse: “deixem-nos trabalhar”. Aqui em Azambuja há propriedade para dizer o mesmo…
Portanto, meu caro Luís de Sousa, continue no seu caminho. É preciso dar aos Munícipes de Azambuja todas as condições de vida que eles merecem e estiverem ao nosso alcance proporcionar-lhes. Os obstáculos que entretanto tiver de enfrentar e ultrapassar, colocados por parte de quem nunca tem dúvidas e tudo sabe, encare-os como um desafio que apenas dará ao sentimento de dever cumprido um gosto mais especial.

VIAAntónio José Matos
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