Alenquer: Orçamento para 2026 aprovado – Nicolau passa no primeiro grande teste do mandato

O executivo da autarquia de Alenquer reuniu na manhã desta quarta-feira com o propósito de debater e votar o Plano de Atividades e o respetivo Orçamento para o ano de 2026. O documento foi aprovado com 3 votos favoráveis dos eleitos do Partido Socialista, 2 abstenções dos eleitos do TODOS e uma de Tiago Pedro e um voto contra do eleito do CHEGA.

Fotografia: Diogo Matias

João Miguel Nicolau e a equipa de eleitos socialistas na Câmara de Alenquer passaram no primeiro grande teste do atual mandato. O executivo reuniu na manhã desta quarta-feira com o propósito de debater e votar o Plano de Atividades e o respetivo Orçamento para o ano de 2026. O documento foi aprovado com 3 votos favoráveis dos eleitos do Partido Socialista, 2 abstenções dos eleitos do TODOS e uma de Tiago Pedro e um voto contra do eleito do CHEGA.

Este era um momento aguardado com alguma expetativa uma vez que Nicolau preside a um executivo composto por três eleitos socialistas que não detém a maioria absoluta na Câmara. O presidente da autarquia revelou ter havido uma reunião prévia com todos os eleitos sem pelouros de forma a poder incluir no documento propostas tanto do CHEGA como do TODOS e até de Tiago Pedro (MAI). O autarca apresentou o Plano de Atividades e respetivo Orçamento e destacou o número significativo de obras que estão a correr, em execução ou em projeto e que vêm do mandato anterior.

João Miguel Nicolau colocou à discussão um orçamento superior a 52 milhões de euros – em concreto 52.641.556 euros, o mais elevado de sempre no contexto do Município de Alenquer, registando um acréscimo de 6 milhões comparativamente com o orçamento de 2025. O edil justificou este aumento com a subida das receitas provenientes dos impostos e ainda com o aumento das transferências oriundas do governo central. A utilização de 2 dos 6 milhões contratados em empréstimo também contribui para a fixação dos valores do Orçamento para o próximo ano. “Este não é o nosso ideal de orçamento”, afirmou Nicolau, aludindo aos vinte e poucos dias que o executivo dispôs para preparar o documento e também à pouca verba para fazer obra.

Carlos Sequeira (CHEGA) foi o único a votar contra e acusou Francisco Guerra e Filipe Rogeiro (TODOS) de continuarem a “andar de mãos dadas com o PS”, numa alusão à posição abstencionista dos dois eleitos da Coligação que é suportada pelo PSD. Curiosamente não dirigiu a mesma crítica a Tiago Pedro, que também se absteve nesta votação. O Plano de Atividades e Orçamento inclui a proposta do eleito do CHEGA do município aderir à certificação ISO no sentido de prevenir e combater a corrupção. Tal não foi suficiente para que Sequeira aprovasse, ou se abstivesse, na votação do documento.

Nicolau destacou ainda o aumento de 1 milhão de euros em custos com vencimentos decorrentes das atualizações definidas pelo poder central. As requalificações do edifício da Câmara e da Barnabé estão igualmente contempladas, assim como as requalificações das escolas Secundária Damião de Góis, Básica de Alenquer e Básica da Merceana. A recuperação do piso de arruamentos em todo o concelho está igualmente contemplada neste Orçamento para 2026, sendo que o Carregado começa a ver a luz ao fundo do túnel com o projeto de requalificação da estrada da Meirinha até ao Tejo a poder avançar no ano vindouro.

Este Orçamento para 2026 da autarquia de Alenquer vai mais longe no tocante ao Carregado e prevê o iniciar dos trabalhos com vista ao Parque Urbano e ainda a variante ao Carregado, uma “necessidade urgente no sentido de aliviar a pressão de trânsito no Carregado”, afirmou o presidente. Já Francisco Guerra declarou: “Infelizmente não é possível fazer uma crítica à visão deste orçamento, pela simples razão de que há uma falta de visão neste orçamento agora apresentado”. O líder da oposição pediu a João Nicolau que detalhasse o calendário de execução dos grandes projetos para “definir o grau de compromisso da maioria socialista”, citando Guerra, que ainda perguntou: “afinal quando é que começa o novo impulso?”.

Ainda assim a discussão política decorreu num ambiente de total cordialidade e respeito entre todos os eleitos, com João Miguel Nicolau a demonstrar estaleca e capacidade de encaixe perante o cenário à partida adverso de ter de governar sem maioria absoluta. Os eleitos do PS votaram a favor do Plano de Atividades e Orçamento para 2026, como seria de esperar que acontecesse. Francisco Guerra e Filipe Rogeiro (TODOS) abstiveram-se, e a mesma posição assumiu Tiago Pedro (MAI). Carlos Sequeira (CHEGA) votou contra. O Plano de Atividades e Orçamento irá agora à Assembleia Municipal onde deverá ser aprovado, seguindo a lógica da votação que teve lugar em sede de Câmara na manhã desta quarta-feira.