“Resultado das eleições? Há uma diferença entre o que era Pedro Folgado e o que era o Partido Socialista”

Esta será a última grande entrevista de Pedro Folgado ao Fundamental Canal ainda na condição de presidente da Câmara de Alenquer, cargo que vai ocupar até à tomada de posse do executivo liderado por João Nicolau. Folgado comentou no tocante à perda de maioria absoluta do PS: "Há uma diferença entre o que era Pedro Folgado e o que era o Partido Socialista".

A última grande entrevista de Pedro Folgado ao Fundamental Canal ainda na condição de presidente da Câmara Municipal de Alenquer, cargo que vai ocupar até à tomada de posse do executivo liderado por João Nicolau. Uma hora de conversa com Nuno Cláudio durante a qual pouco ou nada ficou por analisar. Desde logo o resultado das eleições do passado domingo, que Folgado comentou no tocante à perda de maioria absoluta do PS: “Há uma diferença entre o que era Pedro Folgado e o que era o Partido Socialista”.

O autarca cessante considera que o facto de ter vindo de fora da máquina política (neste caso) do Partido Socialista acabou por tornar as suas três candidaturas mais abrangentes, vantagem que no entender de Pedro Folgado não houve no caso da candidatura liderada por João Nicolau, um homem “da máquina socialista” na leitura do presidente cessante. Recordamos que Folgado venceu sempre com maioria absoluta os atos eleitorais que disputou – 2013, 2017 e 2021.

Pedro Folgado abordou ainda os “casos” Tiago Pedro e Rui Costa, dois antigos vice-presidentes que tinham claras ambições de virem a ser os candidatos do PS. “Quando foi a minha vez, em 2013, também tive que disputar a candidatura a candidato internamente com João Hermínio, que pertencia à máquina socialista, e eu sempre pensei que ia perder essa eleição interna”, confessou. A verdade é que acabaria por ser o escolhido pelos militantes para candidato socialista, processo pelo qual Folgado considera que tanto Rui Costa como Tiago Pedro deveriam ter enfrentado tendo em conta as suas aspirações pessoais.

De resto, Folgado assume mesmo que terá ficado “desprotegido” com as saídas de Tiago Pedro, como antes já tinha ficado com as saídas de Rui Costa e de Dora Pereira, ainda que o presidente em fim de mandato admita entender as razões que levaram os “dissidentes” a seguir os seus próprios caminhos. “Tivemos que nos reinventar”, assume Pedro Folgado, abordando estes meses finais de mandato. O autarca recorda ainda os dois momentos mais difíceis destes 12 anos: a etapa inicial logo após a primeira eleição, em 2013, quando a Câmara esteve na iminência de nem ter dinheiro para pagar salários; e os tempos da pandemia de covid-19, claro está.

“Em relação ao Carregado saio com o sentimento de que poderia ter feito mais”, confessa ainda Pedro Folgado nesta entrevista, considerando ao mesmo tempo que as respetivas uniões de freguesias de Carregado e Alenquer deverão dar o passo da profissionalização sob pena de cada vez mais terem dificuldades em dar as devidas respostas a uma população cada vez mais numerosa e afetada com múltiplos problemas. Estes e muitos outros temas de interesse para ver e ouvir aqui no Fundamental Canal, na entrevista a Pedro Folgado.

VIAAlexandre Silva
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