
Francisco Guerra acaba de confirmar o que o Fundamental já tinha noticiado a 10 de março último. O jurísta será candidato à presidência da Câmara de Alenquer nas eleições locais previstas para finais de setembro. Guerra anunciou no último domingo de viva voz que é candidato à Câmara Municipal de Alenquer e referiu que a candidatura será pelo Movimento TODOS, com o apoio do PSD e do CDS.
Desde já se levantam diversas dúvidas sobre o teor desta estratégia da equipa liderada por Francisco Guerra, que importam trazer à discussão pública. “Uma candidatura pelo Movimento Cívico TODOS com o apoio oficial do PSD e do CDS é objetivamente uma candidatura fora do que prevê a legislação, que não permite coligações entre Movimentos Cívicos e Partidos Políticos”, refere uma fonte ouvida pelo Fundamental. Neste caso, o “Movimento” terá de sair de cena e o termo TODOS será, de facto, o nome de uma coligação de, para já, dois partidos políticos: PSD e CDS.

Tendo em conta as palavras proferidas em público no último domingo no teatro Ana Pereira, na Liga dos Amigos de Alenquer, e citamos Francisco Guerra, “sou candidato à Câmara Municipal de Alenquer nas Autárquicas 2025 pelo Movimento TODOS, com o apoio do PSD e do CDS”, então esta posição carecerá de sustentação legal, uma vez que o Movimento Cívico TODOS não poderá estar coligado com quaisquer partidos políticos.
A não ser que o Movimento TODOS vá mesmo a votos enquanto Movimento Cívico, mas nesse caso jamais poderá referir o apoio oficial nem de PSD, nem de CDS, tão pouco de qualquer outro partido político, que neste hipotético cenário nem constariam as respetivas siglas nos boletins de voto. O Fundamental sabe que o projeto passa por apresentar uma Coligação Política intitulada TODOS, integrando PSD e CDS. A Iniciativa Liberal terá adiado a decisão final de integrar, ou não, esta Coligação para o período pós eleições legislativas.
Assim sendo, Francisco Guerra assume-se publicamente como “candidato pelo Movimento TODOS com o apoio do PSD e do CDS”, o que objetivamente não está correto e poderá até induzir o eleitorado em confusão. “Quanto muito Francisco Guerra será o candidato da coligação política TODOS que integra PSD e CDS, porque se for candidato pelo Movimento TODOS já será completamente diferente; esse movimento jamais poderá integrar oficialmente partidos políticos, e nesse cenário também não constariam os respetivos simbolos partidários nos boletins de voto”, explica a nossa fonte, também jurísta de profissão.
Outro aspeto interessante do anúncio de Francisco Guerra ocorrido na tarde deste último domingo prende-se com a eventual não permanência na vereação em caso de derrota eleitoral. Ao jornal “O Mirante” Guerra declarou que, e citamos os nossos colegas deste órgão de comunicação, “a decisão de assumir ou não o cargo de vereador da oposição, caso não vença as eleições, será anunciada em tempo oportuno”.
Estará então a porta bem aberta para não haver Guerra na vereação caso o jurísta não saia vencedor do ato eleitoral ao qual assume ser candidato em moldes ainda muito por escarecer e no qual, para já, poderá defrontar João Nicolau (PS), Ernesto Ferreira (CDU) e Fátima Vieira (CHEGA), as candidaturas já asseguradas ou perspetivadas em Alenquer.