Pedro Folgado protagonizou um momento de critica contra aquela que parece ser a tendência da postura da empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP). O presidente da Câmara de Alenquer falou no decurso da reunião do executivo municipal que decorreu nesta terça-feira e afirmou que a IP quer chumbar todos os projetos que vêm para o concelho por não haver vias de comunicação apropriadas.
Em causa esteve um projeto cujo licenciamento foi parte integrante da ordem de trabalhos da reunião do executivo desta última terça-feira. O vereador do PSD afirmou a este propósito: “Eu tenho medo que daqui a 30 anos seja muito difícil transitar no Concelho por as vias não serem largas o suficiente; tenho receio de não estarmos a ter a visão certa, e em relação a alguns projetos eu até votaria contra, porque este ónus recai sobre nós, os eleitos”.
Em resposta, Pedro Folgado foi taxativo: “O que nós teremos de fazer é criar condições alternativas às vias. O que a IP quer é chumbar todos os projetos que vêm para o Concelho porque não há vias, mas a verdade é que, se nunca trouxermos os projetos para o Concelho, nunca vão haver vias alternativas”. O autarca acrescentou: “Temos de apresentar um traçado de vias alternativas para a EN3 e para a EN1, e se a IP argumentar que são projetos que custam muito dinheiro, nós temos pena! Então mas não fazem tantos investimentos em tanto lado? Porque não podem fazer o mesmo também no Concelho de Alenquer?”.
Pedro Folgado aproveitou a embalagem e complementou: “Se temos os territórios disponíveis; se as empresas querem vir para cá; então vamos fechar as portas a estes investimentos por não termos vias? Nós sabemos que não temos vias, mas se não pressionarmos a IP no sentido de construírem vias alternativas – e repito, temos os traçados para essas vias – então o que vamos fazer? Se temos território disponível teremos de aceitar esses projetos”, rematou Pedro Folgado.
O edil referiu-se ainda ao IC11: “Há quantos anos é que ouvimos falar deste projeto? Já estava previsto nas contrapartidas do aeroporto da Ota, mas nunca foi feito. Agora está previsto no Plano Nacional de Investimento 20-30, mas não sei se vai acontecer. Temos de continuar a pressionar para que a IP e o Estado invistam na região e construam as vias alternativas, porque a EN1 e a EN3 estão esgotadas”, concluiu o presidente da Câmara de Alenquer.
“Estado paga muito tarde, um dos grandes problemas dos fornecedores” – Nelson Neves no Portugal Atual
Esta é a edição de julho do “Portugal Atual”, uma rúbrica mensal de comentário da atualidade regional e nacional assinada por Nelson Neves, colaborador do Fundamental Canal, especialista em recuperação e revitalização de empresas e docente universitário.
