Ricardo, depois de ter encomendado o fato de casamento, procurou uma loja de Bairro para escolher e comprar os artigos necessários e suficientes para vestir os noivos e equipar a casa do futuro casal.
Entrando primeiro na secção de eletrodomésticos da loja recomendada, apresentou-se ao gerente dizendo-lhe que iria casar. Viu alguns aparelhos e o catálogo mais completo de outros, escolhendo os que mais lhe agradavam.
Negociou o preço com o gerente que, duvidoso pelos tiques de Ricardo, lhe exigiu o pagamento prévio à entrega, que demoraria cerca de um mês, visto que iria encomendar alguns artigos que não tinha disponíveis para entregar.
Seguidamente passou ao sector de atoalhados e roupas diversas, sendo atendido pela mulher do gerente que o ajudou a escolher especialmente roupas íntimas, com as cores mais aconselhadas para os dois sexos: azul para o noivo e cor-de-rosa para noiva.
Escolhidas as peças e as quantidades, designadamente lençóis, toalhas e toalhetes, camisas de dormir, cuecas, sutiãs (modelos adesivo, com bojo e sem bojo), etc., a vendedora sugeriu-lhe ser conveniente os dois noivos conferirem melhor as encomendas antes do pagamento e da entrega das peças. Justificou esta recomendação porque a loja não aceitava devoluções nem trocas.
Ricardo assentiu, informando que enviaria por e-mail a lista de convidados para a cerimónia de casamento, os quais entregariam na loja as suas ofertas em numerário, fazendo-se o encontro de contas com a entrega dos artigos, se a gerência concordasse, o que ficou convencionado.
Após os convidados terem informado que as suas ofertas tinham sido depositadas na loja, Ricardo, pelo telefone, acertou a data e hora de entrega dos artigos encomendados. No dia acordado, Bruno apresentou-se sozinho na loja para acertar as contas, quando a vendedora lhe recordou:
— Lembra-se, com certeza, de eu lhe ter sugerido que viesse acompanhado pela sua noiva. Pois entendo ser indispensável a vinda da noiva. É que pelos números quase idênticos das peças de vestuário, parece-me que os sutiãs devem ser apertados para a noiva que deverá vir cá consigo conferir.
Ricardo, apontando o peito, retorquiu num risinho efeminado e feliz: “Ora, ora .. a noiva sou eu!”