
António Franco igual a si próprio. De inteligência aguçada e espírito crítico apurado, o “milionário de Alenquer” tem sido nos últimos dias uma seta apontada a Mariana Mortágua, destacada dirigente do Bloco de Esquerda. Franco, que é funcionário público em Alenquer e militante do PSD, partido pelo qual concorreu nas derradeiras autárquicas, atira-se a Mariana como gato a bofe: “Agora o cume da demagogia; A Apple e a Microsoft são terríveis porque pagam salários baixos. A Mariana usa tudo o que repudia: ténis All Star, I phone e Windows. Tem uma mota japonesa, outro país que ela abomina. Tornou-se claramente uma seguidora do Louçã, que defendia os pobrezinhos com camisas e fatos Hugo Boss”, escreve António Franco na sua página no Facebook, acrescentando: “Agora está a dizer que conhece pessoas que recebem prendas de milhões. O pai dela fez a coisa pela forma mais simples: roubou uma quantia que à cotação actual vale cerca de 9 milhões de euros. Ou seja, como ninguém lhe dava uma prenda, deu-a a si mesmo”, refere, aludindo ao assalto que o pai das gémeas Mortágua protagonizou a uma dependência do Banco de Portugal. A este propósito, Jaime Vaz de Sousa afirma: “Camilo Mortágua nunca trabalhou, ao abrigo do regime que o fez “revolucionário”…! Foi um verdadeiro assassino da rebeldia e utopia.

No assalto ao Santa Maria, assassinou cobardemente o oficial Nascimento Costa e em Espanha, matou uma criança de 2 anos em San Sebastián, Begoña Urroz. Assaltou bancos, barcos, aviões, herdades… um terrorista criminoso da pior espécie tratado numa entrevista da TVI como um herói de mãos limpas”, escreve, a propósito de uma reportagem efectuada pelo jornalista da TVI, Victor Bandarra. Já a jornalista São José Almeida acrescenta: “Não há uma sem duas nem duas sem três e se um Mortágua, de nome próprio Camilo, marcou a história portuguesa antes e depois do 25 de Abril, as suas filhas, as gémeas Mariana e Joana, marcam a actualidade política. Com 28 anos, Mariana Mortágua tornou-se uma das figuras mais mediatizadas da política nacional. Foi destacada pela agência noticiosa Bloomberg como “uma estrela portuguesa” devido ao protagonismo que, com a sua preparação técnica e teórica e o seu desassombro, alcançou no inquérito parlamentar à queda do império dos Espírito Santo e é olhada como a mais-valia cujo prestígio público fez descolar o Bloco de Esquerda na Madeira. Joana é uma das principais figuras da direcção do BE, integra a sua comissão permanente, o organismo da comissão política que gere dia a dia o partido e os bastidores do grupo parlamentar.” A conhecida jornalista relembra igualmente a ocupação da Quinta da Torre Bela: “O apelido Mortágua distingue-as. Não só porque não é um apelido comum, mas porque em meios mais politizados a pergunta é constante. São o quê a Camilo Mortágua, o antifascista exilado no Brasil e em França, fundador da LUAR e que participou no Assalto ao Santa Maria, no desvio de um avião da TAP, no assalto à dependência do Banco de Portugal na Figueira da Foz e dirigiu a ocupação da herdade Torre Bela? “Ser filha de Camilo Mortágua é giro. O meu pai, independentemente do que é a sua história, é uma pessoa gira”, garante Joana, admitindo que se fosse uma pessoa de direita “teria sentido o peso do nome”, já que teria de confrontar as suas escolhas com a história do pai.”.