Decorreu na manhã deste sábado a cerimónia de tomada de posse do elenco autárquico que resultou do ato eleitoral levado a cabo a 12 de outubro também no Concelho de Alenquer. O evento teve lugar no majestoso edifício dos Passos do Concelho e reuniu largas dezenas de presentes, entre eleitos para o novo mandato e autarcas cessantes. João Miguel Nicolau tomou posse como presidente da Câmara Municipal de Alenquer para o mandato que decorrerá até 2029.
No discurso de tomada de posse João Nicolau reforçou a aposta nos cinco pilares estruturantes que tem anunciado ao longo dos últimos meses e que foram alvo da escolha em sufrágio da maioria dos munícipes alenquerenses aquando do ato eleitoral de 12 de outubro. Saúde, Educação, Habitação, Mobilidade e Ambiente são as pastas que o novo presidente faz questão de assegurar que serão trabalhas e acompanhadas em conjunto com as forças políticas representadas no executivo.
O novo presidente da autarquia alenquerense frisou, e citamos Nicolau, que “este mandato não é um cheque em branco; obriga-nos a corrigir quando tal for necessário e obriga-nos também a prestar contas”, numa clara alusão ao figurino resultante das eleições, que determinou a vitória do Partido Socialista mas sem maioria absoluta. Não foi levado a cabo qualquer acordo pós-eleitoral que permita ao PS de João Nicolau a chamada “estabilidade governativa”, pelo que a governação da autarquia terá de ser concretizada com a união e concordância da maioria dos eleitos.
Neste cenário o executivo de Alenquer conta com 3 eleitos socialistas (João Nicolau, o presidente; Paulo Matias e Cláudia Luís); 2 eleitos pela Coligação TODOS (Francisco Guerra e Filipe Rogeiro); um eleito para o partido CHEGA (Carlos Sequeira) e também Tiago Pedro, eleito e representante do Movimento Independente com o seu próprio nome. É com estes escolhidos pelos eleitores alenquerenses que a equipa liderada por João Nicolau terá de chegar a permanentes consensos com o objetivo de assegurar viabilidade governativa para o município. Um desafio exigente que se coloca ao novo presidente da autarquia.
De resto, Nicolau abordou o assunto na tomada de posse: “A pluralidade que os alenquerenses desenharam nas urnas não é um obstáculo; antes, é um sinal que aponta para o caminho que as pessoas querem que possamos trilhar em conjunto. Seremos firmes nas nossas ideias, leais no debate, exigentes na discussão e transparentes na prestação de contas a todos”, assegurou o presidente da autarquia alenquerense, que acrescentou: “Queremos discutir o nosso programa abertamente com quem também foi mandatado para representar os alenquerenses”.
João Nicolau teve ainda um momento de agradecimento para com os funcionários da autarquia: “Foram demasiadas vezes os primeiros a sentir o peso das novas responsabilidades e das competências atribuídas às autarquias. Às dificuldades responderam sempre com brio, profissionalismo e sentido do serviço público. Em nome de Alenquer, os meus sinceros agradecimentos a todos os trabalhadores municipais”, concluiu João Nicolau, recebendo uma forte ovação.
Nos restantes discursos da manhã deste sábado destaque para Filipa Martinho, cuja dimensão da maioria absoluta alcançada roça o quase unanimismo. A presidente da Freguesia de Vila Verde dos Francos afirmou que, e citamos Filipa, “os alenquerenses decidiram não dar maioria absoluta a nenhuma força política, o que não é um problema; antes, é uma oportunidade”. Já Tiago Pedro afirmou: “Precisamos de menos ideologia e de mais diálogo, e esta nova etapa mostra que o partido vencedor obteve apenas cerca de 30 por cento dos votos”. Tiago acrescentou: “Seremos exigentes, mas leais; críticos, mas justos, sem abdicar dos nossos princípios”.
Francisco Guerra reforçou o compromisso do TODOS com a missão de contribuír e de fiscalizar. “Assumimos este mandato na condição de vereadores da oposição e em momento algum abdicaremos de exigir rigor e transparência na atribuição de subsídios”. Guerra acrescentou: “Tal como dissemos quando chegámos que não vinhamos para fazer amigos, também afirmamos agora, na oposição, que não estamos aqui para fazermos inimigos”. Guerra deixou ainda o recado: “É do executivo que deverá partir a iniciativa do diálogo”.
Já Carlos Sequeira (CHEGA) tomou posse “com espírito de proximidade e de serviço público”, de acordo com a intervenção do eleito. “Vamos exigir transparência e rigor, e não estamos cá para dividir mas sim para construir com lealdade, respeito e dedicação por todos”, afirmou ainda o candidato do partido fundado e liderado por André Ventura. Luís Rema, o novo presidente da Assembleia Municipal, afirmou que “todos têm o dever e a obrigação de contribuír para a melhoria da vida dos nossos concidadãos”. O novo mandato já está em andamento.
