Históricos do PSD de Alenquer desalinhados com Nuno Henriques sobre fim da coligação com CDS

O anuncio do fim da coligação entre PSD e CDS tendo em vista as próximas autárquicas em Alenquer caiu que nem uma espécie de bomba entre as figuras históricas locais dos social democratas.

O anuncio do fim da coligação entre PSD e CDS tendo em vista as próximas autárquicas em Alenquer caiu que nem uma espécie de bomba entre as figuras históricas locais dos social democratas. Recorde-se que foi o candidato pelo PSD a presidente da autarquia quem revelou ao Fundamental o termo desta coligação que durava desde inicio do século.

Nuno Miguel Henriques afirmou que o fim da coligação terá sido uma decisão do PSD local e que tem como objetivo descolar de um partido colocado mais à extrema da direita, frisando que o partido pretende apresentar-se num espetro mais abrangente ao eleitorado local. O problema é que a decisão agora assumida caiu mal entre figuras históricas do partido a nível local e os mesmos não pouparam críticas ao candidato indigitado por Duarte Pacheco.

É o caso de Nuno Coelho, que dispensa apresentações. Foi candidato em 2005, repetiu a candidatura em 2009 e voltou a apresentar-se a votos em 2013 defendendo as cores do PSD de Alenquer. “Diz-se que a decisão de terminar com a Coligação foi tomada pelos social democratas de Alenquer e assegura-se tratar-se de uma opção consciente e unanime dentro do partido; mas como é possível, se não soube de nenhuma reunião para esse fim e tenho quotas em dia?“, refere Coelho através da sua página na rede social Facebook, acrescentando em tom irónico: “Fiquei de parte… serei de extrema direita?

As reações não ficaram por aqui. António Matos é outro dos destacados militantes alenquerenses do PSD e afirmou a este propósito: “Falar verdade é lema dos Sociais Democratas de Alenquer, mas a verdade é que não existe atualmente estrutura alguma do PSD, pois a Comissão Política está demissionária há muito tempo“. Matos acrescenta: “Também em Alenquer estamos a bater no fundo. Isto não é o PPD/PSD e eu estou fora“. Pedro Afonso, que muitos apontam como o militante capaz de reorganizar e revitalizar o PSD local, juntou-se ao coro de críticos e manifestou a sua concordância com as posições de Coelho e de Matos.

E até Rui Neto contesta o caráter “unanime” da decisão de colocar um ponto final na coligação com o CDS – Partido Popular: “O meu pai foi militante do CDS nos anos difíceis de 1974, foi sempre um opositor do regime do Estado Novo e um democrata e com ele aprendi a respeitar quem tem um pensamento diferente e sei que não era extrema-direita“, refere o engenheiro, contestando a ideia deixada por Nuno Henriques de que o fim da coligação se deve a um posicionamento extremista do Partido Popular. Neto acrescenta: “Esta decisão nunca poderá ter sido tomada por unanimidade“.

A todas estas posições críticas o candidato Nuno Miguel Henriques vai respondendo com fleuma e paciência. “Estou a negociar as coligações eventuais com outros partidos ou grupos de cidadãos, em conjunção com as diretrizes partidárias, recordando que esta é uma candidatura de inclusão e não de exclusão e ao centro ideológico“, garante Nuno Henriques, acrescentando: “Tudo farei para a defesa do concelho e das suas gentes e dos seus interesses, porque para nós as pessoas estão primeiro“.

O candidato acrescenta: “É tempo de agir e empreender a mudança com quem quiser e conseguir faze-lo na prática, na vida política séria e credível, mais do que nas redes sociais. Tudo tem o seu tempo e quando tiverem dúvidas disponham e esclarecem com quem de direito, sem rumores e em prol do partido e de Alenquer“. Antes da batalha dos votos há que enfrentar a contestação interna. Qual delas a mais desafiante para Henriques.
VIAAlexandre Silva
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