Reza a história que a Peste Negra foi das piores pandemias que atingiu a humanidade. A doença foi acompanhada pelo boato de que seriam os gatos a fonte da peste. Nos tempos idos não foi necessário mais do que um rumor para desencadear a matança generalizada de gatos. O abate de dezenas de milhares deles foi estimulado pela Igreja Católica, baseada numa carta de Gregório IX, em 1232, onde declarou que eram criaturas diabólicas.
Tal atoarda levou à morte em massa dos bichanos e ao aumento dos ratos infectados, diminuindo a barreira que separava os roedores dos seres humanos, aumentando a população deles na Europa. Terão sido eles que, provavelmente, transportaram a peste bubónica, transmitindo-a aos humanos, por intermédio das pulgas infectadas que estavam no rato hospedeiro e picavam as pessoas.
Naquela época não havia insecticidas nem outros meios de protecção. As pulgas e outros insectos nocivos apareciam em todo o lado, especialmente nas cidades que estavam a expandir-se. Metade da população europeia terá sucumbido a essa morte horrível, entre 1348 e 1352.
Os gatos inimigos eram venerados pelos pagãos egípcios e apreciados pelos pagãos romanos. Há tantas superstições relativas a eles, em parte surgidas no meio do pânico de há setecentos anos, que ainda hoje se mantêm. Elas incluem noções desprovidas de fundamento como: Se uma pessoa se cruzar com um gato preto, terá azar; Os felinos são familiares dos adoradores do Diabo e uma a ameaça para os recém-nascidos.
A população europeia, lucidamente “elucidada” pela Igreja, precisou de várias centenas de anos para recuperar do impacto arrasador da doença. A gravidade da perda poderia ter sido drasticamente reduzida se não fosse a tentativa de espalhar o medo, desencadeado pela liderança religiosa da época. Para os humanos, foi um erro imperdoável, por não ter base científica.
Actualmente estamos perante outra pandemia, designada de coronavírus e também por COVID-19. Este vírus terá partido de um pangolim, que passou deste para os morcegos e depois para os humanos. Mas a teoria da conspiração defende que não se pode culpar o pobre pangolim que foi caçado em África e levado ara a China. Importante será pesquisar onde se iniciou a contaminação, onde estará o paciente zero.
Há mesmo quem tenha lançado a suspeita de este vírus ter sido criado em laboratório de guerra biológica pelo homem, destinando-se a eliminar uma parte considerável da população mundial. Já nada nos pode surpreender, depois de alguém ter lamentado que a geração da peste grisalha era um problema que dificultava o combate à crise financeira mundial iniciada nos EUA, em 2008.
Esménio em entrevista ao F-Canal | comunidade de 40 pessoas de Marinhais em isolamento profilático
Hélder Esménio concedia uma entrevista ao Fundamental Canal via skype quando foi alertado de urgência para o que estava a suceder em Marinhais: uma comunidade de quarenta pessoas acabaria por ser, horas mais tarde, colocada em isolamento devido à pandemia do coronavírus.