Autárquicas em Azambuja: os eleitores continuam lixados (António José Rodrigues)

"A oposição no concelho de Azambuja deixou os dinossauros do PS evitarem a discussão do negócio das águas; na verdade, aquilo que mais e melhor deveria ter sido debatido, para esclarecimento dos eleitores, foi deixado debaixo do tapete. O negócio das águas continua a ser apenas do segredo de alguns socialistas, uns que vão ver a bola e outros que deixam passar a bola em frente dos olhos e da baliza" - Opinião de António José Rodrigues

A oposição no concelho de Azambuja deixou os dinossauros do PS evitarem a discussão do negócio das águas; na verdade, aquilo que mais e melhor deveria ter sido debatido, para esclarecimento dos eleitores, foi deixado debaixo do tapete. O negócio das águas, pouco conhecido dos eleitores e consumidores que pagam um dos custos mais elevados pelo preço das águas no nosso país, continua a ser apenas do segredo de alguns socialistas, uns que vão ver a bola e outros que deixam passar a bola em frente dos olhos e da baliza.

Em contrapartida, todos nós pagamos bem o custo das águas e, alguns, várias centenas, pagam o escoamento e tratamento de esgotos sem sequer terem onde ligar os ditos; mas muitos continuam a pagar e votar nos mesmos, sempre de cara alegre.

No único debate promovido pelo periódico Valor Local, em véspera de eleições, quando foi levantada a questão das águas quase todos os candidatos das listas das oposições (com exceção de David Mendes – da lista da CDU) disseram que não conheciam o problema com profundidade, pelo que iriam estudar o assunto para mais tarde tomarem posição. Parece impossível que tal tivesse sido dito, visto que apenas a cabeça de lista do CDS nunca andou envolvida em tal discussão, pois os cabeças de lista das outras formações políticas presumivelmente deveriam ter conhecimento, até à exaustão, dos grandes problemas existentes no negócio das águas, em consequência de vários debates protagonizados pelos seus antecedentes nos cargos, quer em sessões da assembleia quer da câmara municipal, durante os últimos 10 anos e, ultimamente, através de comentários no facebook sobre as borlas para ver futebol à custa das águas.

Em síntese: o contrato de concessão das águas corresponde a um contrato leonino, em que a empresa concessionária cobra aos consumidores os valores que quer, com poucas despesas de manutenção das redes e de encargos com a conservação e reposição de condutas degradadas e obsoletas e, também, sem cumprimento do prolongamento das redes de águas e saneamento, por não terem sido estabelecidos prazos para tal e, mais grave ainda, sem qualquer fiscalização por parte do município de Azambuja, a entidade dona do património e com poderes de fiscalização através da respetiva câmara municipal.

Mais: os anteriores eleitos da oposição bem sabem que o critério de trabalho das anteriores administrações municipais sempre foi de discriminar e prejudicar as freguesias de cor diferente, bem como Alcoentre, sempre pouco reivindicativa; Manique do Intendente tem sido a mais prejudicada, enquanto nas outras freguesias têm sido cedidas gratuitamente escolas primárias desactivadas; quiseram vender a escola de Arrifana por 30.000 euros, um valor equivalente a uma dívida do município por alargamento do cemitério de Manique, suportado pela Junta; no último mandato, até a freguesia de Azambuja foi prejudicada, não obstante a presidente de Junta ter criticado publicamente a atitude do presidente da câmara por falta de colaboração na limpeza na sede do concelho.

Concluindo: se já era difícil varrer o lixo da CMA, com a atitude passiva das oposições, os eleitores escolheram continuar lixados mais 4 anos, são opções.

 

VIAAntónio José Rodrigues
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