
As autárquicas de 2017 já mexem com as estruturas partidárias locais e também com os denominados movimentos independentes de partidos políticos. É o caso do Cartaxo, onde o precisamente chamado Movimento Independente já prepara a sua candidatura à autarquia local. Este movimento tem por base a estrutura criada em 2013 em torno da candidatura de Paulo Varanda, que à época era presidente do executivo socialista, cargo que assumiu após saída de Paulo Caldas. Varanda, então o vice-presidente, assumiu a liderança do grupo de eleitos socialistas que governavam a Câmara Municipal do Cartaxo, mas a estrutura do PS local acabou por escolher Pedro Ribeiro para “sucessor” de Varanda, num processo polémico que Varanda não aceitou de ânimo leve.
O engenheiro não se deu por vencido e empreendeu um movimento de cariz independente – MPV, Movimento Paulo Varanda, que acabou por conseguir eleger dois representantes no executivo municipal, tendo contribuído decisivamente para retirar a maioria absoluta ao Partido Socialista de Pedro Ribeiro que apenas elegeu três vereadores, algo que não acontecia ao PS no Cartaxo desde tempos quase imemoriais. Volvidos três anos, o Movimento Paulo Varanda tem sido representado na Câmara sobretudo por Élia Figueiredo e também por Nuno Rosa Nogueira, dado que Varanda tem solicitado suspensões de mandato. Tudo indica que o Movimento Independente que irá ser anunciado pretenderá estabelecer uma ruptura com Paulo Varanda, procurando fazer o seu próprio percurso no contexto das autárquicas do ano vindouro. O Fundamental – Diário Online sabe que dentro de poucos dias irá ocorrer uma reunião dos elementos que vão dar vida ao Movimento, sendo que nessa reunião deverá ser discutida a linha orientadora do mesmo, previsivelmente diferente da linha que orientou o aparecimento do MPV em 2013. A nossa redacção também apurou que é intensão do MI criar um conjunto de candidaturas abrangentes, compostas por cerca de 50 por cento de elementos ligados ao Partido Socialista e actualmente descontentes com Pedro Ribeiro, sendo que os restantes 50 por cento serão reservados a simpatizantes oriundos de todas as sensibilidades políticas.


“A força para levarmos este Movimento Independente para a frente provem do descontentamento que constatamos existir no dia-a-dia para com a actual governação da Câmara do Cartaxo”, revela ainda a mesma fonte. No tocante a candidatos nada está ainda decidido, mas tudo aponta para que Nuno Rosa Nogueira venha a assumir a sua corrida à presidência da autarquia cartaxeira na qualidade de cabeça de lista do Movimento Independente.