Arquitecto Coração: “com toiros ou tourinas, vai sempre existir Feira de Maio em Azambuja”

Alberto Carlos Coração é a personalidade que se segue para falar sorbe a Feira de Maio. O certame vai decorrer entre os dias 24 e 28 de Maio e transforma a vila de Azambuja no coração dos apreciadores da Festa.

O Fundamental convidou um conjunto de personalidades de Azambuja a comentar aspectos ligados à Feira de Maio, o certame maior que se realiza na vila sede de concelho entre os dias 24 e 28 de Maio. O cartaz de promoção do evento bem como o espírito da própria Feira estão em análise neste exercício de opinião, que contamos seja tão abrangente quanto possivel.

Alberto Carlos Coração é a individualidade que se segue. O arquitecto de Azambuja opina: “A Feria de Maio é as largadas de toiros nas ruas, literalmente isto, porque são o ponto de encontro anual da diáspora azambujense, que aproveita esses dias para se reunir e confraternizar”, refere Alberto Carlos, que acrescenta: “Tudo o resto que a Feira tem serve de apoio logístico ou de oportunidade para prolongar e diversificar esse encontro”.

O também militante do Partido Socialista local diz ainda, e citamos: “A população de Azambuja sempre levou a sério esta teatralização anual que transforma as suas ruas em “palcos” de ver e ser visto, em que uma faena dum anonimo transforma-se num ato de bravura apreciado por uma multidão que agradece com olés, o que no fundo pode transformar qualquer pessoa em gente importante”, opina Alberto Carlos.

Já sobre o cartaz de promoção da Feira de Maio, Alberto Coração refere: “Hoje, com a globalização, todos tem acesso a tudo de uma forma rápida e com um aspecto gráfico contemporâneo, dai a população Ribatejana conservadora e tradicionalista, aliás a mais conservadora de Portugal, contrapor com a exigência de que a sua Feira de Maio tenha o mesmo aspeto de figurino e de imagem de outros tempos”, opina, no seu jeito peculiar.

Ainda sobre o cartaz, Coração acrescenta: “Parece-me que a imagem cooperativa que apresenta a Feira de Maio de 2018 está de alguma maneira interessada em alterar e captar novos adeptos e é dum estilo parecido com as correntes de pintura Futurista e Cubista mas para não ser muito “à frente” tem apontamentos naïf para ser mais facilmente reconhecido”, conclui, dentro daquela que é a sua linha de pensamento.

Segundo Alberto Coração, num futuro próximo a Feria de Maio vai sofrer profundas alterações, porque, justifica o arquitecto, actualmente já não são cumpridos alguns parâmetros legais, tal como as acessibilidades às fachadas das ruas onde são feitas as largadas, regulamentações quanto ao dimensionamento e segurança dos burladeros das tertúlias e a possibilidade de ser interdito o uso de animais para estes eventos. “Mas duma coisa tenho a certeza: com toiros ou com tourinas, com mais ou menos regulação, vai sempre existir Feira de Maio com a sua confraternização social”, remata Alberto Carlos Coração.

 

VIAAlexandre Silva
COMPARTILHAR