Azambuja: crise no Sporting condicionou impacto da iniciativa plataforma EN3

A crise no Sporting e o impacto da mesma nos meios de comunicação nesta terça-feira poderá ter desviado as atenções do público e dos jornalistas em relação à iniciativa da Plataforma EN3. A organização do evento esteve irrepreensível mas Inês Louro esperava uma maior adesão popular a esta iniciativa.

A crise que estalou no Sporting Clube de Portugal e o impacto da mesma nos meios de comunicação social no final do dia desta terça-feira, 15 de maio, poderá ter desviado as atenções do público e da comunicação social em relação à iniciativa levada a cabo pela Plataforma EN3. A organização do evento esteve irrepreensível, mas Inês Louro esperava uma maior adesão popular a esta iniciativa.

Recorde-se que a Plataforma EN3 foi criada por Inês Louro, Joaquim Ramos e André Salema com o objectivo de alertar a consciência colectiva para o perigo que representa a estrada nacional 3, concretamente o troço compreendido entre Vila Nova da Rainha e Azambuja, onde proliferam algumas zonas industriais com o consequente trânsito de veículos pesados associado.

Os acidentes mortais têm ceifado a vida a numerosos cidadãos precisamente naquela zona da EN3, o que levou Inês, Ramos e Salema a unirem esforços no sentido de criarem este movimento. Recorde-se que Inês Louro é presidente da Freguesia de Azambuja desde 2013, Joaquim Ramos foi presidente da autarquia azambujense entre 2001 e 2013 e André Salema preside à direcção dos Bombeiros Voluntários de Azambuja.

A iniciativa que decorreu no final do dia desta última terça-feira foi preparada com pormenor cirurgico e de forma atempada. Consistiu na colocação de cerca de 3500 garrafões de plástico com um lastro de terra e contendo uma lamparina acesa no seu interior. Os garrafões foram espalhados ao longo da estrada nacional 3 no percurso compreendido entre Azambuja e Casal Pinheiro, numa distância total de cerca de 11 quilómetros.

Segundo Inês Louro, a organização desta iniciativa esteve em plano de destaque e os voluntários foram suficientes para dar corpo ao evento. Mas a autarca esperava uma maior adesão do povo a esta iniciativa. “Soube-me a muito pouco”, referiu Inês Louro ao Fundamental, acrescentando: “Ainda que tenham estado muitas pessoas presentes, na minha opinião a adesão ficou aquém do simbolismo e da importância da causa que esta iniciativa representou”.

Refira-se que, de acordo com Inês Louro, não marcaram presença quaisquer meios de comunicação de expressão nacional (televisões ou jornais), o que se pode explicar pela mobilização de meios para o “teatro de operações” de Alcochete e Alvalade. É que à mesma hora rebentava a crise em que mergulhou o Sporting Clube de Portugal, facto que também terá contribuído para que muitas pessoas tivessem ficado em casa com o objectivo de acompanharem as noticias relacionadas com as agressões a que foram sujeitos jogadores e técnicos dos leões.

Ainda assim, Inês Louro faz um balanço muito positivo da iniciativa: “O essencial foi não ter havido quaisquer acidentes na organização do evento, e para que tal acontecesse trabalhámos muito ao nivel da preparação do mesmo e tivemos a colaboração essencial da GNR/Brigada de Trânsito”. Inês Louro reforçou ainda a ideia de que o evento contou com uma “fabulosa dinâmica ao nivel dos voluntários que deram corpo à realização desta ideia”.

A autarca de Azambuja fez questão de acrescentar que a iniciativa foi bem sucedida, não obstante a sua percepção pessoal de que a mesma poderia ter tido uma maior adesão popular. Segundo Inês Louro, tanto Joaquim Ramos como André Salema estavam satisfeitos, tendo ambos referido que consideram que a adesão foi boa e correspondeu às expectativas geradas. Estiveram presentes, entre as centenas de populares e voluntários, os presidentes de Câmara e Assembleia Municipal tanto de Azambuja como de Alenquer.

 

VIAAlexandre Silva
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