Consciência concreta (Rubrica de Jorge Guilherme)

A adopção de um cão poderá ser uma excelente terapia com o objectivo de omitir ou de servir como patamar para ultrapassar situações no contexto da vida do ser racional, que é o ser humano. Poderá ser uma excelente terapia, note-se, caso toda esta situação seja seguida de forma correcta e não dê origem a um problema de maior dimensão.

No meu ponto de vista a adopção de um cão poderá ser uma excelente terapia com o objectivo de omitir ou de servir como patamar para ultrapassar situações no contexto da vida do ser racional, que é o ser humano. Poderá ser uma excelente terapia, note-se, caso toda esta situação seja seguida de forma correcta e não dê origem a um problema de maior dimensão.

Problemas particulares e pessoais, tais como situações monetárias precárias, situações pessoais agravadas por desgastes matrimoniais originando o divorcio; depressões ou outras situações idênticas. Estes cenários alteram a percepção da actualidade e de tal maneira o estado de espírito que o comportamento futuro é espelhado em acções ou atitudes com as quais o indivíduo nunca se identificou, originando que rapidamente nos ocorram a necessidade de criar pontos de socorro.

Quando se adopta um cão, devemos ter em atenção as responsabilidades de cuidar de um ser vivo que, não sendo racional como nós, carece de atenção e cuidados necessários para sobreviver. Não é só a alimentação e cuidados médicos; o cão necessita de carinho, de reconhecimento, de identidade, de respeito.

Um cão não pode ser considerado como um objecto de estatuto social, de brinquedo, de medicamento anti-depressivo, de meio de comunicação com a sociedade que nos rodeia. O cão pode ser tudo isso, no momento em que tomo consciência que aquele ser de quatro patas é sem duvida o meu maior confidente silencioso. Por essa razão toda a nossa consciência deverá assumir que a capacidade de um cão vai muito além de todas as situações citadas acima.

Ter um cão é ter um ser que nos apoia, auxilia, garante e motiva no nosso dia a dia, na nossa vida. Ao adoptar um cão, estou a alterar duas existências. Uma das quais é o ser humano que sou, do qual a modificação surge como um meio de tornar uma pessoa melhor, que sem duvida é um assunto iminente. A presença daquele ser de quatro patas vai em tudo alterar não só o meu quotidiano como também a minha personalidade.

A outra é a alteração de um ser a quem a culpa real nunca lhe está imputada, mas que a capacidade jurídica do anterior dono o considerou culpado, por apenas em todos os seus actos ser verdadeiro e real, mas sempre em silencio.

Desculpem-me por afirmar que ainda temos muito a aprender no âmbito da verdade e consciência do viver em sociedade. “O mundo pula e avança, como uma bola colorida nas mãos de uma criança”, já lá dizia o nobre António Gedeão. É tempo de o colocar na prática.